surto de toxoplasmose

Aplicativo para mapear casos de toxoplasmose está pronto para ser usado

Thays Ceretta


Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Aplicativo criado para auxiliar na identificação da toxoplasmose

Depois de passar por quatro mudanças em um mês, o aplicativo Saúde Pública - Sistema de Notificação e Investigação de Toxoplamose (denominado SP-NIT), desenvolvido pelo Laboratório de Geomática, ligado ao Departamento de Engenharia Rural do Centro de Ciências Rurais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), está pronto e foi entregue à equipe de investigação da Vigilância em Saúde no último sábado. A expectativa é que a ferramenta possa ser utilizada ainda esta semana.  

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O objetivo é ajudar a conhecer os hábitos dos pacientes que foram confirmados com a doença e dar mais agilidade ao processo de busca ativa que vem sendo feito pela equipe de profissionais das Vigilâncias em Saúde do Estado e do município, juntamente com técnicos do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSUS). Todos trabalham para tentar encontrar a fonte do surto e a forma de propagação, mas até agora não há informação sobre a origem da doença.

De acordo com o coordenador do laboratório, Enio Giotto, dos 352 casos confirmados pelo Laboratório de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen- RS) de toxoplamose, 200 já foram especializados no aplicativo, ou seja, foram identificados os locais onde as pessoas moram, mas isso não quer dizer que tenham adquirido a doença no local. Em uma análise prévia, pode-se perceber que o maior número de casos estão concentrados na zona oeste da cidade e na região central.

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- É um aplicativo que mais de 300 perguntas. Ele vai servir para fazer as entrevistas. Eles (a equipe da saúde) nos passaram uma relação de 200 casos, com endereços, para fazer o georreferenciamento. Tem casos na Zona Oeste e no Centro, mas também em Camobi e em outros bairros, com menos intensidade. Praticamente, há casos em toda a área urbana. O pessoal mais especializado vai pode analisar os dados e fazer os cruzamentos. É preciso considerar todas as variáveis, a água é uma delas, mas tem outros fatores, como alimentos - explicou Giotto.

QUESTIONÁRIOS 
Conforme o superintendente de Vigilância em Saúde do município, Alexandre Streb, estão sendo aplicados dois questionários. Um deles é mais simples, uma espécie de triagem com cerca de 20 perguntas. Até agora, foram feitas cerca de 400 entrevistas com esse modelo. O outro, mais completo, começou a ser aplicado ontem. Com cerca de 50 questões, ele irá ajudar a identificar a causa da doença. 

- O ampliado tem a função de encontrar a causa do surto. O mais simplificado é para a gente fazer uma separação de quem temos de encaminhar para atendimento médico na Casa 13 ou para o Husm. Nós precisamos de 40 respostas desses questionários mais completos para passar para o aplicativo. Estamos dividindo a equipe. Ontem, representantes do Ministério da Saúde e da Vigilância em Saúde do município aplicaram os questionarários - explicou Streb.

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Ainda de acordo com o superintendente, o aplicativo vai substituir as folhas de papel. O preenchimento das informações será feito diretamente no celular e o resultado do material coletado vai para um banco de dados. O cruzamento das informaçõe,s que pode apontar uma pista para a causa do surto, é feito seguindo os parâmetros do Ministério da Saúde. Os questionários estão sendo aplicados em pessoas que estão com a doença, em casos suspeitos e até mesmo em quem teve o diagnóstico de toxoplasmose descartado. Além disso, foram feitas coletas de alimentos em algumas regiões da cidade, para envio ao Lacen. As amostras passarão por análise no Laboratório da Universidade Estadual de Londrina.

Principais sintomas 

  • Dor de cabeça e garganta 
  • Febre
  • Ínguas (linfonodos aumentados, ou seja, gânglios espalhados pelo corpo)
  • Manchas pelo corpo: exantema máculo-papular (vermelhidão em forma de pequenas manchas e pápulas)
  • Confusão mental
  • Convulsões
  • Encefalite
  • Aumento do fígado e do baço
  • Moléstias pulmonares (pneumonite) e cardíacas (miocardite)
  • Dificuldade para enxergar que pode evoluir para cegueira
  • Problemas de audição
  • Lesões na retina (coriorretinite)

Como prevenir 

  • Ferver a água por, pelo menos, 1 minuto. Depois de fervida, é preciso deixar a água esfriar em recipiente fechado e guardá-la também fechada 
  • Lavar as mãos com água corrente e sabão ou detergente, antes e depois de manipular alimentos
  • Evitar tomar água não filtrada em qualquer ambiente
  • Não comer alimentos crus, frutas e vegetais produzidos no solo por jardinagem
  • Não consumir carnes cruas ou malcozidas, incluindo quibe cru e embutidos (linguiça, salame, copa e outros)
  • Congelar a carne a -12ºC por 48 horas
  • Evitar manuseio direto com solo, incluindo jardins, parques. Caso seja necessário, usar luvas e lavar bem as mãos após a atividade
  • Evitar o contato direto com fezes de animais
  • Após manusear carne crua, lavar bem as mãos e toda a superfície que entrou em contato com o alimento, inclusive os utensílios utilizados
  • Não consumir leite e seus derivados crus não pasteurizados
  • A caixa de areia de gatos deve ser limpa diariamente, utilizando luvas e pá de lixo
  • Alimentar animais com carne cozida ou ração, não permitindo que os mesmos façam a ingestão de animais caçados

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